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Colegas de jovens angolanos detidos ameaçam reagir se não forem soltos


Nito Alves, Mbanza Hamza, Luaty Beirao, activistas angolanos
Nito Alves, Mbanza Hamza, Luaty Beirao, activistas angolanos

Os 13 jovens detidos começaram a ser ouvidos hoje.

Companheiros dos 13 jovens integrantes do chamado Movimento Revolucionário detidos no sábado, 20, ameaçam agira, caso os seus colegas não foram soltos. Os detidos começaram a ser ouvidos nesta segunda-feira, 22, pelo Ministério Público. Acusados de estarem a preparar-se “para realizar actos tendentes a alterar a ordem e a segurança publica do país”, segundo nota do Serviço de Investigação Criminal (SIC), os jovens foram presos quando saíam do que consideram um curso de refrescamento baseado no livro “Ferramentas para destruir um ditador”, a ser lançado em breve por Domingos da Cruz.

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Numa curta conversa com a VOA, Eugénio Alexandre, Director Nacional dos Serviços de Investigação Criminal, confirmou o teor do comunicado tornado público e disse que o processo dos activistas será rápido, mas recusou avançar detalhes.

Os jovens detidos participavam de um curso sobre 198 técnicas para retirar um ditador do poder de forma pacífica.

No sábado, à saída do “bunker” onde estavam reunidos, a polícia deteve os 13 participantes e os levou para as respectivas casas, onde foram obrigados a entregar todo o tipo de material ligado a essa iniciativa ou a qualquer outra contra o regime.

Entre os detidos estão Nito Alves, Mbanza Hanza e Luaty Beirão.

Nesta segunda-feira, alguns já tinham sido ouvidos pelo Ministério Público e os restantes deverão ser interrogados nas próximas horas.

Os detidos estão em diversas cadeias de Luanda, de entre elas a da Centralidade do Kilamba, ou seja, no campo multiuso, no Benfica, na décima esquadra do município do Cazenga, no bairro dos ossos na zona do Sambizanga, assim como nos Serviços de Investigação Criminal, antiga DNIC.

Emilia Catombela, um dos sobreviventes do curso, diz que a formação estava na recta final, faltando apenas dois blocos. Ele acrescentou ser a hora de destruir o regime de José Eduardo dos Santos no poder há mais de 35 anos.

Catombela vai mais longe e avisa: “Se não os soltarem vamos utilizar as técnicas que aprendemos no curso, até porque aprendemos para as utilizar”.

De recordar que a juventude da Casa-CE condenou em comunicado as detenções que considerou de arbitrárias.

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