WASHINGTON —
A intervenção militar francesa no Mali tem tanto a ver com a contenção da al-Qaeda no norte de África como com a defesa de interesses franceses na região, disse à VOA um analista de assuntos africanos.
Numa entrevista com Ana Guedes, o jornalista e analista Rui Neumann afirmou pensar que pesou na acção francesa a defesa dos seus interesses na região.
"Há grandes interesses sejam económicos sejam geo-estratégicos na região" que afectam "parceiros directos da França" como a Mauritânia, o Senegal, a Argélia, o Niger, o Burkina Fasso, a Guiné Conacri e a Costa do Marfim - países que "entram no eixo de acção da al-Qaeda no Magreb Islâmico" e podem ser afectados por esta organização terrorista.
"A França tem todo o interesse, além de proteger os seus cidadãos, que são seis mil no Mali, [proteger] também os interesses económicos que tem, particularmente no Niger", disse Neumann.
Notou ainda que os ataques aéreos iniciados pela França, na sexta-feira passada, colheram a comunidade internacional e surpresa, na medida em que uma intervenção internacional estava prevista, apenas, para o final do ano em curso.
O lançamento da operação surje num momento em que a popularidade do presidente fancês, François Hollande, estava baixa, mas Neumann considera que ele não corre perigo político, por enquanto - a situação pode mudar, a haver baixas elevadas entre as tropas das infantaria francesa.
Neumann nota que uma ofensiva terrestre no norte do Mali implica o combate difícil com pequenas unidades móveis e dispersas.
E aponta um desafio maior que pode tornar impossível de prever a duração desta missão francesa: "A resolução da questao do norte do Mali não possa so pela reconquista das cidades tomadas pelos islamitas, mas pelo controle efectivo do território. Aí é que a situação vai ser mais problemática", disse Rui Neumann.
Ouça a entrevista clicando no link abaixo.
Numa entrevista com Ana Guedes, o jornalista e analista Rui Neumann afirmou pensar que pesou na acção francesa a defesa dos seus interesses na região.
"Há grandes interesses sejam económicos sejam geo-estratégicos na região" que afectam "parceiros directos da França" como a Mauritânia, o Senegal, a Argélia, o Niger, o Burkina Fasso, a Guiné Conacri e a Costa do Marfim - países que "entram no eixo de acção da al-Qaeda no Magreb Islâmico" e podem ser afectados por esta organização terrorista.
"A França tem todo o interesse, além de proteger os seus cidadãos, que são seis mil no Mali, [proteger] também os interesses económicos que tem, particularmente no Niger", disse Neumann.
Notou ainda que os ataques aéreos iniciados pela França, na sexta-feira passada, colheram a comunidade internacional e surpresa, na medida em que uma intervenção internacional estava prevista, apenas, para o final do ano em curso.
O lançamento da operação surje num momento em que a popularidade do presidente fancês, François Hollande, estava baixa, mas Neumann considera que ele não corre perigo político, por enquanto - a situação pode mudar, a haver baixas elevadas entre as tropas das infantaria francesa.
Neumann nota que uma ofensiva terrestre no norte do Mali implica o combate difícil com pequenas unidades móveis e dispersas.
E aponta um desafio maior que pode tornar impossível de prever a duração desta missão francesa: "A resolução da questao do norte do Mali não possa so pela reconquista das cidades tomadas pelos islamitas, mas pelo controle efectivo do território. Aí é que a situação vai ser mais problemática", disse Rui Neumann.
Ouça a entrevista clicando no link abaixo.