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África do Sul: ANC vai expulsar o ex-presidente Zuma diz a imprensa


Jacob Zuma
Jacob Zuma

Zuma foi eleito presidente da África do Sul em 2009, mas em 2018 seria forçado a deixar o cargo sob a nuvem de alegações de corrupção e foi substituído pelo seu rival de longa data, o actual presidente Cyril Ramaphosa

A comissão disciplinar do ANC, partido no poder na África do Sul, decidiu expulsar o antigo Presidente Jacob Zuma por ter liderado um grupo rival nas eleições de maio, noticiaram vários meios de comunicação social no domingo, citando um documento que vazou.

A decisão, que não foi formalmente anunciada, foi tomada na sequência de um processo disciplinar instaurado no início do mês contra o antigo líder, ainda popular.

“O membro acusado é expulso do ANC”, diz o documento que vazou, também visto pela AFP, e datado de 29 de julho.

“O membro acusado tem o direito de recorrer ao Comité Nacional Disciplinar de recurso no prazo de 21 dias”.

O Congresso Nacional Africano suspendeu o ex-líder manchado pelo escândalo em janeiro, um mês depois de ele ter apoiado o recém-formado partido uMkhonto weSizwe (MK).

MK reduziu o número votos do ANC nas eleições de 29 de maio, ficando em terceiro lugar com 14,5 por cento. Zuma lidera agora o partido, que tem 58 deputados na Assembleia Nacional com 400 lugares.

O ANC obteve 40% na votação de maio - o seu resultado mais fraco desde que chegou ao poder há três décadas para substituir o governo do apartheid.

Se não houver um recurso bem sucedido contra a decisão, Zuma poderá perder a sua qualidade de membro do ANC, segundo vários meios de comunicação social. Zuma aderiu ao ANC através da sua liga juvenil quando era adolescente, em 1959.

Eleito presidente da África do Sul em 2009, Zuma foi forçado a deixar o cargo em 2018 sob a nuvem de alegações de corrupção e foi substituído pelo rival de longa data, o presidente Cyril Ramaphosa.

O carismático Zuma de 82 anos continua a ter um peso político considerável na África do Sul, gozando mesmo de apoio no seio de algumas facções do ANC.

Muitos acreditaram que a sua carreira política terminaria quando foi condenado a 15 meses de prisão em junho de 2021, depois de se ter recusado a testemunhar perante um painel que investigava a corrupção financeira e o clientelismo durante a sua presidência.

A sua prisão provocou motins que desencadearam o pior episódio de violência na África do Sul desde a queda do apartheid, deixando mais de 350 mortos.

Passou apenas dois meses atrás das grades e foi libertado por razões de saúde, após o que Ramaphosa comutou a sua pena.

Um relatório condenatório de 2022 concluiu que Zuma tinha desempenhado um papel central na corrupção do Estado durante os seus nove anos de mandato.

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