No início deste mês de Março, a justiça da Tanzânia condenou quatro pessoas à morte pelo assassinato de uma mulher albina, em 2008. As quatro pessoas, uma delas o marido da vítima, mutilaram e deceparam membros da mulher para o uso em práticas mágicas.
A condenação à morte dos assassinos é o resultado de uma abordagem mais dura das autoridades da Tanzânia em relação a esse tipo de crime, que cresce na região e em países vizinhos como Moçambique.
A perseguição de pessoas albinas é uma prática recorrente na região dos Grandes Lagos africanos. Crenças supersticiosas acreditam que poções mágicas feitas com partes do corpo de albinos podem trazer fortuna e sorte. Os membros de pessoas albinas são vendidos a 600 dólares, e um corpo inteiro pode ser comprado por até 75 mil dólares por bruxos que fazem as poções.
Segundo a ONU, somente na Tanzânia, ataques contra albinos já mataram pelo menos 75 pessoas desde o ano 2000. Actualmente, há 17 presos acusadas de crimes contra albinos com sentença de morte no país.
Entretanto, apesar do endurecimento das sentenças aos perseguidores de albinos, a Tanzânia pouco tem feito para punir de facto os criminosos. A última execução de um sentenciado por assassinato a albinos ocorreu em 1994.
O Presidente tanzaniano Jakaya Kikwete descreve os assassinos de albinos como “abomináveis e um grande embaraço para a nação”, e diz que o governo está trabalhando seriamente nesse assunto, e aumenta os esforços para pôr termo a estes assassinatos.
O albinismo é particularmente comum na Tanzânia, onde uma em cada 1,4 mil pessoas é afectada. O governo baniu bruxos que fazem poções com partes do corpo de albinos em Janeiro, e promete intensificar cada vez mais o combate aos criminosos, a fim de acabar com a prática no país.