Um ataque aéreo americano matou, no sábado, 150 militantes do Al-Shabab num campo de treinos, a 190 quilómetros de Mogadíscio, a capital da Somália, anunciou o Pentágono.
A Somália tinha conhecimento do ataque e contribuiu com informação, disse à VOA o porta-voz da presidência daquele país, Daud Aweys.
Aweys disse que foi uma importante vitória, “não apenas para Somália, mas para toda a região que enfrenta os mesmos desafios na guerra contra o terror.”
O Capitão Jeff Davis, porta-voz do Pentágono, disse que os Estados Unidos souberam que os combatentes do Al-Shabab iriam abandonar o campo, o que era um risco para as forças da União Africana e conselheiros militares americanos na Somália.
Abu Musab, porta-voz do Al-Shabab, confirmou o ataque aéreo, mas disse que o número de mortes era exagerado. Musab explicou que o Al-Shabab, por motivos de segurança, não junta no mesmo local mais de 100 militantes.
Analistas de segurança dizem que o ataque foi um grande golpe, mas as forças da União Africana (AMISOM) têm ainda uma longa batalha, uma vez que o Al-Shabab poderá ajustar as suas estratégias.
Um deles é Yan St. Pierre, que gere a empresa de segurança Mosecon, com sede em Berlim.
“Historicamente, o Al-Shabab espalha muito bem os seus combatentes, daí que se neste caso deixaram muitos num local, foi um erro estratégico que certamente não voltará a acontecer,” disse St. Pierre.
O Al-Shabab tem atacado alvos civis em Mogadíscio e perseguindo tropas da União Africana de forma revigorada desde meados do ano passado.
No dia 15 de Janeiro, os combatentes do Al-Shabab atacaram o contingente militar queniano em El-Adde. Em Fevereiro, o presidente da Somália disse que 200 soldados foram mortos nesse ataque, um dado rejeitado pelo governo queniano.
Os analistas afirmam que essa baixa pesada e outras em ataques recentes afectam negativamente a eficácia e reputação das forças da União Africana.
St. Pierre julga que os ataques aéreos não irão necessariamente reduzir a pressão sobre os militares no terreno.
“Qualquer apoio americano ou ocidental será por via aérea, daí que eles (al-Shabab) irão ajustar as suas estratégias tendo isso em conta e manter o foco nos militares locais, “ disse Pierre.
As forças da AMISOM combatem o Al-Shabab desde 2007 na Somália. De momento, a força é constituída por 22 mil homens no terreno que apoiam o governo Somali reconhecido internacionalmente.