A polícia de Tete, no centro de Moçambique, continua a investigar os autores do linchamento de um agente da corporação, ontem, 25, durante um motim contra o rapto de três crianças albinas numa escola da vila de Moatize.
O agente foi confundido pela população com um dos raptores de três crianças albinas, que tinham desaparecido da escola, após um movimento suspeito de três homens.
Luís Nudia, porta-voz do comando da polícia de Tete, diz que o agente em causa tinha sido enviado à paisana para investigar a ameaça de rapto de três crianças albinas numa escola de Moatize.
“O nosso homem ao qual tínhamos confiado uma missão de para ir fazer um reconhecimento na zona, mas como a população anda agitada com esta situação de raptos de pessoas com pigmentação da pele, confundiram a ele como um dos indivíduos cabecilhas do grupo”, explicou Nudia, adiantado que quando o agente chegou o crime já tinha sido executado.
Uma criança albina estava com os raptores e outras duas tinham conseguido fugir, alertando a população sobre o incidente.
Furiosa a população saiu para investigar o caso, quando o agente foi confundido com um dos raptores e foi linchado.
A população fez um cerco as saídas da vila de Moatize e encurralou um dos raptores que se refugiou numa esquadra da Polícia em busca de socorro.
A população seguiu o homem e invadiu a esquadra, exigindo a sua libertação, para o queimar com pneus.
Perante a recusa das autoridades, a população saiu à rua e colocou barricadas, troncos e pedras e queimou pneus ao longo de três quilómetros da estrada nacional número sete N7 e atacou com pedras e paus as viaturas, forçando a paralisação da circulação.
Várias unidades da polícia foram deslocadas para o local para acalmar a situação e foi forçada a usar gás lacrimogénio e balas de borracha para dispersar os manifestantes.
A situação em Moatize voltou à normalidade nesta sexta-feira.