Numa altura em que Moçambique regista a ocorrência de chuvas acompanhadas de ventos moderados nalgumas regiões, as autoridades governamentais em Nampula instam as populações a abandonarem as zonas de riscos para evitar perda de vidas humanas e bens materiais.
O governador recomenda também as pessoas a construírem as suas casas com materiais resistentes a intempéries e em zonas seguras.
Cerca de 190 mil pessoas na província de Nampula vivem em áreas já identificadas de risco de calamidades naturais.
O Governo já activou os comités de gestão de calamidades para retirarem as pessoas das zonas de risco para outras mais seguras.
Têm a missão também de levarem mensagens educativas junto das comunidades.
O governador de Nampula Victor Borges revelou que já foram identificadas áreas para evacuação das pessoas que vierem a ser atingidas pela fúria das águas e ventos, uma vez que o cenário meteorológico aponta para a ocorrência de chuvas e ventos fortes de Janeiro a Marco.
O Executivo aprovou um plano de contingência que inclui a alocação de meios de salvação, produtos alimentares e tendas, mas há ainda um grande défice em matéria de monitoria e assistência medica e humanitária.
Entretanto, a Cruz Vermelha em Nampula, que tem sido um parceiro importante no período das inundações, debate-se com a falta de fundos, nomeadamente para a formação dos seus activistas.
Santos Inácio, vice-presidente da comissão da Cruz Vermelha em Nampula, disse que a organização dispõe de apenas 190 activistas treinados que deverão desdobrar-se para cobrir os 23 distritos.
Para alguns populares, há um clima de insegurança devido às diarreias e a cólera que frequentemente assolam a província quando chega este período.
Aliás, já há casos de diarreias e vómitos nas unidades sanitárias.
Uma das principais causas dessas doenças é o consumo de água imprópria e a falta higiene.
Um dos entrevistados da VOA apela as pessoas a observarem as regras básicas de higiene e àsautoridades municipais a removerem o lixo da cidade.
Américo Barata, responsável pela saúde pública na Direção Provincial de Saúde de Nampula, garante haver um trabalho contínuo de controlo de diarreias e cólera na província.
No entanto, mesmo sem nenhum caso de cólera confirmado, as autoridades tiveram que reabrir o centro de tratamento da doença para responder a eventuais casos que possam surgir.
Recorde-se que as chuvas nos primeiros três meses de 2015 afectaram cerca de 34 mil pessoas e houve o registo de 1019 casos de cólera.