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MDM pede ao Governo para apoiar os refugiados moçambicanos no Malawi


Daviz Simango, presidente do MDM
Daviz Simango, presidente do MDM

Daviz Simango diz que os refugiados devem ser considerados como tais porque fogem à violência em Moçambique.

O presidente do Movimento Democratico de Moçambique (MDM), terceira força parlamentar, apelou nesta terça-feira o Governo a accionar mecanismos de assistência aos refugiados moçambicanos no Malawi e insistiu que a negação da sua existência pode prejudicar a vida e segurança.

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“Apelamos as autoridades moçambicanas para que accionem instituições vocacionadas para estas situações e enviem com urgência os apoios necessários para proporcionar o conforto possivel, no sentido de dar resposta a esta crise humanitária, resultante da cultura de violência instalada, da intolerância politica e de ausencia de paz”, declarou Daviz Simango em conferência de imprensa na Beira, depois de visitar os refugiados no Malawi.

A Comissão Politica Nacional do MDM visitou o país vizinho durante três dias para apurar “uma versão genuína” da situação que tem forçado os residentes de povoados de Moatize em Tete a deixar o país.

Em jeito de balanço, Simango afirmou reafirmou o apelo para que sejam criadas condições para o regresso dos moçambicanos refugiados naquele país.

“Os moçambicanos estão concentrados num campo aberto, em condições humanitárias deploráveis, com fome, com desmaios constantes, ausência de água apropriada para o consumo humano, ausencia de saneamento e muitos sujeitos à chuva”, denunciou o líder do MDM.

Simango adiantou ainda que “o denominador comum da fuga dos moçambicanos para o Malawi, é o conflito militar entre as forças governamentais e a Renamo” e alertou que o não reconhecimento da existência das vítimas, pelas autoridades moçambicanas, pode trazer consequências negativas para as suas vidas e segurança.

“Confundir os termos refugiados com emigrantes pode gerar certas consequências na vida e segurança dos refugiados. Misturá-los desvia a atenção de salvaguardas legais, especificas a que os refugiados têm direito, e a confusão também prejudica o apoio público aos refugiados, no momento em que mais necessitam desta protecção”, continuou Daviz Simango em alusão à insistencia do Governo em não reconhecer a existência de refugiados moçambicanos no Malawi.

O Governo moçambicano classifica os milhares de refugiados como camponeses emigrantes em busca de terras de produção no Malawi, e sugere que a alegada vaga de refugiados moçambicanos “não passa de uma atitude oportunista”, de acordo com vários órgãos e comunicação públicos.

Perante a situação, disse Daviz Simango, aos refugiados não são reconhecidos todos os direitos legais, pois o nível de intervenção no terreno dé descrito como “esquemas de proteção temporária”, para dar vazão e resposta ao fluxo de emergência de refugiados.

Simango apelou ainda ao Governo e à Renamo para que cessem as acções militares e pautem pelo respeito das instituições democráticas, e que encontrem caminhos para a paz..

Relatos dos refugiados à VOA descrevem que as forças de defesa e segurança, quando chegam às suas aldeias de origem, incendeiam casas e celeiros, alegando que a população alberga e oferece mantimentos ao homens armados da Renamo, e vários acabam por fugir porque ficaram despojadoz dos seus bens.

“Os militares da Renamo vieram e montaram uma base em Nkondezi. Passado um tempo os da Frelimo também montaram uma base num lugar próximo. Já os da Frelimo começaram a vingar e a perseguir a população”, contou Vicente Samuel, que caminhou dois dias para chegar ao centro de refugiados de Kapise à procura de segurança.

Os testemunhos seguem-se sempre com a garantia de que “nós nunca vimos um soldado da Renamo”, negando igualmente serem apoiantes do partido de Afonso Dhlakama.

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