João Marcos
Em Benguela, os fiéis da seita A Luz do Mundo desapareceram, tendo muitos deles fugido para o Huambo, onde, a 16 de Abril, registaram-se violentos confrontos entre a polícia e seguidos de José Julino Kalupeteka. No dia anterior, um polícia foi morto quando, segundo as autoridades, procuravam o líder da seita que, ao que soube depois, estava no Huambo.
A VOA procurou encontrar seguidores de Kalupeteka mas ninguém dá a cara, facto que não surpreende o consultor social Misselo da Silva, que justifica o sumiço com o que chama de clima de intimidação e marginalização.
“A sociedade apresentou uma atitude de marginalização”, explica Silva que, num apelo à comunidade internacional, sugeriu ao Governo um inquérito independente para apurar todos os factos.
Segundo aquele técnico da Organização Humanitária Internacional (OHI), com uma investigação independente das reais causas do problema “o Governo poderá ter medidas preventivas, quer ao nível das seitas que existem em Angola, quer em relação ao convívio com algumas igrejas que nós vemos que não são boas, nomeadamente para as famílias”.
Entretanto, a Administração do Lobito diz ter recebido cerca de 85 elementos da seita que fugiram do Huambo.
Por outro lado, o Governador de Benguela Isaac dos Santos reiterou que “precisamos da palavra do senhor, dos nossos pastores, dos nossos líderes religiosos, mas temos de estar atentos aos falsos profetas”.