As condições de vida de moçambicanos melhoraram relativamente, nos últimos anos, mas os agregados familiares continuam a gastar acima do salário mínimo.
O novo Inquérito aos Orçamentos Familiares (IOF), referente a 2014-2015, indica que os agregados familiares gastam em média 6.924,00 MT mês, ou seja 1.406,00 Meticais por pessoa.
Ao nível urbano, a média nacional é de 11.889,00 meticais. Nas zonas rurais é de 4.654,00 meticais.
O estudo foi feito em 11.628 agregados familiares das 11 províncias do país de 25 milhões de habitantes.
O salário mínimo no sector da agricultura, caça e silvicultura é de 3,183 meticais; e o do subsector de microfinanças, micro-seguros e outras actividades financeiras é de 7800 meticais.
No país, há muito desemprego e muitos agregados familiares dependem do rendimento de um assalariado.
Os novos dados produzidos pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) indicam que as despesas médias mensais das províncias de Maputo e Maputo–cidade são de 14.865,00 meticais e 25.912,00 meticais, respectivamente.
As duas províncias mais populosas do país, Zambézia e Nampula, têm as despesas mensais mais baixas: 3.749,00 e 4.123,00 meticais, respectivamente.
Estes gastos, segundo o IOF, foram em 35,6% para a aquisição de produtos alimentares, uma redução em 15,8 pontos percentuais comparativamente ao inquérito similar realizado em 2008/9.
Quanto ao analfabetismo, o IOF assinala reduções graduais, excepto na província central de Tete. De momento, 44.9% de indivíduos dos 15-49 anos não sabem ler nem escrever no país. No IOF anterior era de 49.9%.
O uso de serviços de saúde subiu de 65.2% para 67.4%, mas a satisfação reduziu de 72% para 53%.
Na área de habitação, o inquérito revela uma redução de casas de paus maticados e caniço, e crescimento das blocos de cimento e cobertura de chapas de zinco.
Entre 2009 e 2015, aumentou no país o número de agregados que utilizam água de fontes seguras, passando de 40,5% para 50,9%.
A principal fonte de energia para a iluminação continua sendo a pilha (39,7%), seguida de electricidade (24,8%) e lenha (14,2%). No período estudado, aumentou o uso da electricidade e reduziu o do petróleo e lenha como fontes de iluminação.