O activista e jornalista angolano Rafael Marques começa a ser julgado hoje, 24, em Luanda, sob a acusação de denúncia caluniosa, na sequência do livro "Diamantes de Sangue - Corrupção e Tortura em Angola".
A obra, publicada em 2011 pela editora portuguesa Tinta da China, revela alegados abusos dos Direitos Humanos na região diamantífera da Lunda-Norte, supostamente praticados por militares angolanos e empresas privadas.
Nove dos sete generais citados por Marques e duas empresas recorreram ao Ministério Público que decidiu levar o autor a julgamento.
No dia em que começa esse mediático julgamento, o autor e a editora decidiram colocar na internet, e de graca, o livro para que, diz Rafael Marques, todos os angolanos possam ter acesso à obra, disponível em www.tintadachina.pt e http://makaangola.org/index.php?lang=pt.
Ontem, a secção portuguesa da Aministia Internacional apelou ao primeiro-ministro Passos Coelho e o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal Rui Machete a que "encorajem o Governo de Angola a retirar a acusação contra Rafael Marques". A AI considera que o jornalista está a ser "alvo de perseguição por exercer o seu direito à liberdade de expressão protegido pelo direito internacional".
Rafael Marques, entretanto, diz não esperar nenhuma acção do Governo português por estar sempre ao lado das autoridades angolanas.