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Dhlakama reitera que governa a partir de Março


Afonso Dhlakama
Afonso Dhlakama

Líder da Renamo diz que assume as seis províncias e nem a ONU pode acusá-lo de qualquer irregularidade

O presidente da Renamo Afonso Dhlakama alertou nesta terça-feira em Chimoio, Manica, ao Governo para não resistir nem usar a violência durante a transição depoder nas províncias do centro e norte de Moçambique, onde o seu partido ameaça implantar a sua administração a partir de Março.

“Se a Frelimo tentar resistir poderá haver empurrões e tudo, mas não é o que eu pretendo, repito não é o que eu quero”, precisou Afonso Dhlakama, sublinhando que “os melhores dias chegaram para o povo de Moçambique”.

“Não quero a guerra e nem quero ouvir da guerra, mas não tenho receio da guerra”, avisou Afonso Dhlakama, ao dirigir-se por telefone a partir de Satunjira (Gorongosa) aos membros durante uma reunião do partido em Chimoio, acrescentando que não vê a Frelimo com capacidade militar.

Garantiu que a estrutura executiva já foi montada, devendo nos próximos dias indicar os governadores e administradores distritais, que se encarregarão de hastear gradualmente as bandeiras do partido nas datas de início de funções.

Dhlakama anunciou que o Orçamento será financiado através de cobranças de impostos e doações internacionais.

“Olhe para qualquer Governo do mundo. Não há nenhum Presidente de qualquer país que governou com o seu próprio dinheiro, nem (Barak) Obama não tem dinheiro para governar (Estados Unidos da) América. Há impostos, taxas, créditos, empréstimos e Moçambique é rico” explicou Afonso Dhlakama.

O presidente da Renamo adiantou que nem juristas e constitucionalistas nacionais e estrangeiros, nem o Conselho de Segurança das Nações Unidas podem acusá-lo de irregularidades na implantação da administração da Renamo e justificou o processo com o facto de estar cansado das fraudes eleitorais.

Ele voltou a sugerir emendas à Constituição da República para acomodar o seu projecto de criação de seis províncias autónomas no centro e norte do país.

Afonso Dhalakama não é visto em publico desde o dia 9 de Outubro, quando forças especiais da policia moçambicana cercaram e invadiram sua casa na Beira, levando 16 armas, e se recusou a reaparecer após convite de dialogo com o Presidente Filipe Nyusi.

Na segunda-feira, o líder da Renamo revelou ter um parecer positivo de Jacob Zuma, Presidente da África do Sul, e da Igreja Católica para mediar as negociações entre o Governo e o seu partido.

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