Assinala-se amanhã, 9 de Dezembro, o Dia Internacional Contra a Corrupção, numa altura em que em Moçambique, segundo analistas, sofisticam-se as formas de praticar este fenómeno, pondo em causa o desenvolvimento do país.
O Gabinete Central de Combate à Corrupção, do Governo,) diz ter recebido, nos últimos anos, 1958 denúncias populares, das quais 109 deram lugar a igual número de processos-crime e à detenção de 120 indivíduos, em pleno recebimento de dinheiro resultante da corrupção.
A instituição sublinha que este elevado número de casos não significa, necessariamente, que os índices de corrupção estejam a aumentar, explicando que isso pode corresponder a uma maior consciência dos cidadãos, relativamente à necessidade de denunciar este fenómeno.
Entretanto, o Centro de Integridade Pública de Moçambique (CIP) discorda e diz que os casos não só aumentam como também se sofisticam as formas de praticar a corrupção.
Segundo Baltazar Fael, coordenador do pelouro "Anticorrupção" no CIP, este fenómeno tende sempre a ganhar outros contornos, "sofisticam-se as formas de praticar este tipo de actos e há mesmo questões ligadas aos recursos naturais em que há uma corrupção um pouco mais sofisticada, com tráfico de influências e conflitos de interesse ligados a esta área".
Fael referiu que Moçambique, sendo um país emergente na exploração de recursos naturais, é preciso olhar com muito mais atenção para o que está a acontecer neste sector, "mas, claramente, não aqui progressos significativos" na luta contra a corrupção.