Os Estados Unidos designaram como terroristas três destacados membros do grupo islâmico nigeriano Boko Haram. Mas os Estados Unidos não colocaram a organização na lista de grupos terroristas.
O Departamento de estado disse ter colocado Abubakar Shekau, Abubakar Adam kambar e Khalid al Barnawi na sua lista de terroristas.
Isso significa que essas personalidades não podem possuir propriedades ou bens nos Estados Unidos e os cidadãos americanos estão proibidos de terem qualquer negócio com eles.
A porta-voz do departamento de estado Victoria Nuland disse que esses três homens deixarão de poder angariar fundos nos Estados Unidos para a sua organização.
O Boko Haram reivindicou responsabilidade por muitos ataques na Nigéria, incluindo ataques bombistas contra várias igrejas e contra a sede da ONU em Abuja bem como por uma série de ataques na cidade de Kano que causaram a morte de mais de 180 pessoas.
O Departamento de estado disse que Kambar e al Barnawi têm ligações estreitas com a Al Qaida no Mmaghreb Islâmico. Shekau é o líder mais visível do Boko Haram que deseja o estabelecimento de um estado islâmico no norte separado da constituição da Nigéria.
A decisão de colocar os três homens na lista de terroristas fica a um passo de classificar a Boko haram como uma organização terrorista, algo que está a ganhar apoio no congresso americano e no Departamento de Justiça.
A porta-voz Victoria Nuland disse que a administração Obama continua a estudar essa hipótese.
“O Boko Haram é de momento um grupo informal ligado por tentativas de resolver injustiças no norte,” disse ela.
“ Há pontos de vista diferentes dentro do grupo e nos continuamos a estudar a questão,” acrescentou.
Nuland disse que os Estados Unidos continuam a trabalhar com o governo nigeriano para tentar resolver algumas das causas fundamentais da violência levada a cabo pelo Boko Haram promovendo uma nação unida, e plural onde os direitos de todos são protegidos qualquer que seja a região ou etnia.
“Queremos que isso leva a um verdadeiro diálogo sobre algumas da razões do descontentamento no norte, descontentamento esse que é essencialmente económico,” disse.
“ Tem que haver um envolvimento real com as comunidades do norte tornando-as assim mais resistentes a algumas destas tácticas de extremistas como representadas por estes três indivíduos,” acrescentou.
Nuland disse que houve discussões a nível presidencial entre os Estados Unidos e a Nigéria nos últimos meses sobre como se fazer face da melhor maneira ao problema do Boko Haram.
“Estamos a registar algum progresso no que diz respeito ás relações de segurança com eles, encorajando-os a fortalecerem o aspecto político em vez de usarem a força militar nestes casos,” disse.
“ Estamos a cooperar com eles no tipo de propostas de diálogo, apoio económico e outras questões que poderão ajudar a Nigéria,” acrescentou.
A porta voz do departamento de estado disse que os Estados Unidos estão preocupados com as ligações ente o Boko Haram e a Al Qaida no Maghreb Islâmico e que está a trabalhar com os governos no Sahel sobre como “eliminar o espaço” para actividades terroristas na região
Organização não está abrangida pela medida mas isso poderá ser alterado