O Painel da Sociedade Civil Para Monitoria do Diálogo Político quer participar das conversações para a paz de forma a acompanhar as negociações entre o Governo e a Renamo.
O economista Roberto Tibana e a presidente da Liga Moçambicana dos Direitos Humanos Alice Mabota defendem que só com a participação de mais intervenientes é que se pode ultrapassar a actual tensão político-militar.
O diálogo entre o Governo e a Renamo continua sem avanços significativos, com o fim das hostilidades militares a dividir as duas partes, segundo avançou Mario Rafaelli, porta-voz dos mediadores internacionais.
Organizações da sociedade civil moçambicana criou um painel com vista a abrir espaço para uma maior participação do cidadão no diálogo político e na manutenção da democracia multipartidária, influenciar o Governo e a Renamo a procurar soluções sustentáveis,influenciar os partidos políticos a abrirem linhas de diálogo para o aumento da confiança mútua e colher e partilhar o posicionamento dos cidadãos sobre a situação do país.
Porém, o pedido para a participação no diálogo ainda não mereceu resposta, segundo o economista Roberto Timbana.
"Queremos reafirmar que o painel não está a procura de um lugar para negociar, não é um painel que foi indicado para participar como negociador, o limite do painel é estar lá para testemunhar, colher os elementos, para observar e poder informar a sociedade civil sem as ambiguidades que resultam de tomadas de decisões, sem interpretações ambíguas que podem resultar de tomada de posições se um é desta ou daquela comissão", disse Roberto Timbana.
Alice Mabote, presidente da Liga Moçambicana dos Direitos Humanos, diz que a guerra agudiza a crise económica no país, pelo que é pertinente a participação da sociedade civil no diálogo.
"É preciso levarmos as coisas não de ânimo leve, é preciso que os cidadãos comecem a fazer reflexões profundas quando nós estamos a fazer determinados pronunciamentos sobretudo pronunciamentos de paz, nós estamos com problemas da dívida (oculta) mas mais do que o problema da dívida estamos com o problema da paz, se tivéssemos o problema da dívida em paz não teríamos os problemas que hoje temos", defendeu Alice Mabota.
Na quarta-feira, 14, a activista social e viúva do primeiro presidente moçambicano Graça Machel defendeu que se Moçambique tivesse persistido na postura dialogante do antigo Presidente da República Joaquim Chissano o país teria conseguido manter a paz.
Ainda não há reacções nem do Governo nem da Renamo.