Faleceu nesta sexta-feira, 16, em sua casa na cidade da Praia o antigo Presidente de Cabo Verde, António Mascarenhas Monteiro, depois de doença prolongada.
Mascarenhas Monteiro foi o primeiro Chefe de Estado eleito democraticamente no arquipélago, em 1991, tendo sido reeleito para mais uma mandato em 1996.
Em 2001, deixou a Presidência da República e assumiu uma posição de cidadão, mas desempenhou várias missões internacionais das Nações Unidas, da Francofonia e do Estado de Cabo Verde, além de integrar por direito próprio o Conselho da República do seu país.
António Mascarenhas Monteiro foi presidente do Grupo de Contacto da União Africana em Madagáscar, que procurou mediar o conflito que eclodiu no curso das eleições presidenciais de Dezembro de 2001, liderou uma missão de boa vontade aoTogo após a morte do Presidente Gnassingbe Eyadema e da decisão das Forças Armadas togolesas para nomear o seu filho, Faurre Gnassingbe, para substituí-lo e também chefiou a missão da Francofonia que observou as eleições na Guiné-Bissau em Abril de 2014.
Nesse mesmo ano, após a renúncia do presidente Blaise Compaore, António Mascarenhas Monteiro foi nomeado pelo secretário-geral da Organização Internacional da Francofonia (OIF), Abdou Diouf, para liderar uma missão ao Burkina Faso.
Foi igualmente membro da Fundação de Liderança Global, uma organização que trabalha para apoiar liderança democrática, prevenir e resolver conflitos através da mediação e promover a boa governação na forma de instituições democráticas, mercados abertos, os direitos humanos e o Estado de direito.
Antes de assumir a Chefia do Estado, Mascarenhas Monteiro foi durante 10 anos presidente do Supremo Tribunal de Justiça.
Natural da região piscatória de Ribeira da Barca, no concelho de Santa Catarina, interior da ilha de Santiago, António Manuel Mascarenhas Gomes Monteiro, nasceu a 16 de Fevereiro de 1944.
Formado em Direito na Bélgica, onde chegou também a ser professor universitário, antes passou pela Guiné-Conakry, onde se juntou ao Partido Africano para a Independência dA Guiné e Cabo Verde, então liderado por Amílcar Cabral.
Entre várias obras publicadas, o antigo Chefe de Estado cabo-verdiano escreveu "O sistema de governo na Constituição cabo-verdiana de 1992" e "Os processos de democratização em África: o caso de Cabo Verde", além de numerosos artigos em revistas e jornais internacionais.
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