A exploração desenfreada dos recursos florestais está a preocupar os operadores e autoridades do sector que apelam a uma utilização racional dos mesmo de modo a garantir a preservação do meio ambiente e reduzir os impactos das mudanças climáticas.
Um estudo recente efectuado pelo Governo em parceria com a Agência de Investigação Ambiental, revela que mais de dois terços de toda a exploração madeireira em Moçambique é ilegal, sendo que a actividade tende a crescer a cada ano, tendo aumentado 88 por cento desde 2007.
Porém, este crescimento tem estado a acontecer devido à não observação do plano de maneio do Sector, como disse Xavier Sakambuera, Director Nacional de Florestas.
"Para garantir a exploração dos recursos florestais, para que seja sustentável é necessário que os instrumentos usados para a gestão, em especial o plano de maneio, reflictam a realidade objectiva do terreno", disse Xavier Sakambuera.
Para o engenheiro florestal, Luís Nhamuocho, a forte procura de madeira pelos mercados asiáticos está a tornar o Sector florestal vulnerável.
"Nos últimos 10 anos houve uma explosão em termos da procura de madeira, sobretudo para o mercado asiático, em particular o chinês. Na ganância pelo lucro fácil, maximizar a oportunidade do momento qualquer um virou madeireiro, associado a isso está a fraca capacidade de fiscalização do Estado que seria ele o polícia desses desmandos, há fragilidades aí por causa da corrupção dos agentes de fiscalização dado o volume enorme dos valores envolvidos nesse processo", disse Nhamuocho.
Aquele técnico defende a purificação de fileiras, a capacitação das comunidades e uma actuação efectiva da polícia de protecção de recursos florestais de modo a tornar a exploração florestal sustentável.
"Ainda sente-se um desligamento de conexão entre os veladores dos recursos florestais, as entidades da polícia versus esse novo órgão criado para a fiscalização dos recursos naturais que é a Agência de Controle de Qualidade Ambiental", comentou Luis Nhamuocho.
A provincia da Zambézia tem a maior demanda da madeira, com 150 operadores florestais e 63 indústrias de processamento.