Os governos da China e Moçambique assinaram nesta quarta-feira, 18, em Pequim, um Acordo de Parceria Estratégica Global, que eleva as relações diplomáticas e a cooperação bilateral em todas as áreas.
O documento foi rubricado pelo Presidente chinês, Xi Jinping, e o seu homólogo moçambicano, Filipe Jacinto Nyusi, que chamaram os respectivos países de bons irmãos.
"China está pronta para aprofundar e ampliar a cooperação amigável e recíproca com Moçambique em diversas áreas no âmbito dos 10 principais planos para a cooperação China-África para melhor beneficiar os povos dos dois países", disse Xi, adiantando que, com este acordo, “os dois países vão promover laços bilaterais a partir de uma perspectiva estratégica e de longo prazo”em questões de interesses comuns.
O acordo assinado no final de uma reunião entre as delegações dos dois países prevê a deslocalização para Moçambique de indústrias que a China pretende eliminar na sequência da reestruturação da sua economia.
Foram ainda anunciados acordos nas áreas económica e tecnológica e para a construção de um centro cultural China e Moçambique, e Pequim prometeu fazer uma doação urgente de cereais, de modo a ajudar o país africano e enfrentar a seca que afecta cerca de 900 mil pessoas.
Na ocasião, o Presidente chinês garantiu que o seu Governo vai apoiar empresas chinesas a investirem na exploração de gás natural, produção agrícola e infra-estruturas em Moçambique.
No domínio das energias, a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos de Moçambique e a China National Petroleum corporation assinaram um acordo
Numa declaração conjunta divulgada na cerimónia, lê-se que a China vai apoiar “firmemente os esforços de Moçambique para proteger a sua segurança e estabilidade nacional, bem como resistir à interferência externa”.
Enquanto isso, Moçambique aceitou a “a política de uma só China e comprometeu-se a apoiar todos os esforços do Governo chinês para promover o desenvolvimento pacífico das relações através do mar da China e e a reunificação nacional”.
Ao intervir na assinatura da parceria, o Presidente moçambicano expressou a sua gratidaão pela ajuda de Pequim desde a independência do seu país e assegurou que o seu Governo está fortemente empenhado em “reforçar a cooperação com a China, em diversos sectores bem como receber mais investimentos” do gigante asiático.
A visita de Filipe Nyusi a Pequim acontece semanas depois de o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial, o Grupo dos 14 países que financiam o Orçamento Geral e o Governo do Reino Unido terem suspenso a ajuda a Moçambique, depois da descoberta de empréstimos secretos contraído pelo Governo no valor aproximado de 1,4 mil milhões de dólares.
Os Estados Unidos anunciaram que vão rever a sua ajuda.