O escritor moçambicano Mia Couto e dois irmãos Fernando e Armando Jorge inauguram hoje, 16, em Maputo a Fundação Fernando Leite Couto, em homenagem ao trabalho desenvolvido pelo pai a favor das crianças e da literatura.
Segundo Mia Couto, a instituição pretende continuar a obra do seu patrono, com enfoque na literatura e na arte, no geral. No campo da literatura, a Fundação vai apoiar novos autores, promover e patrocinar acções de formação, intercâmbios e a montagem de uma biblioteca, além de ajudar outras bibliotecas no país.
A Fundação Fernando Leite Couto pretende, no entanto, alargar as suas actividades a outros áreas como exposições de pintura, conferências, debates, colóquios sobre os mais variados temas relacionados com a cultura.
“O nosso pai foi defensor de um jornalismo livre, o que lhe custou dissabores. Foi detido pela Polícia. Sempre esteve atento à transmissão do saber, e fê-lo na Escola de Jornalismo. E a Fundação vai auxiliar na expressão da liberdade. Queremos ser um sujeito participativo na sociedade moçambicana”, explica Mia Couto, adiando que, por isso, entre outras estruturas, a Fundação terá um internet-café onde haverá espaço para a leitura dos jornais, como expressão da actividade jornalística de Fernando Leite Couto, que também era poeta.
Mia Couto disse que ao nível da promoção de oficinas criativas, a Fundação vai trabalhar com o Ministério da Cultura e Turismo e a Associação dos Escritores Moçambicanos.
Uma comissão de honra da Fundação foi composta tendo em consideração a convivência e nível de relações profissionais e amizade com o poeta Fernando Leite Couto. Graça Machel, José Luís Cabaço, Luís Bernardo Honwana, Lourenço do Rosário, Rui Fernandes, Francisco Noa, Zeferino Coelho, Paulina Chiziane, Manuel Tomé, José Eduardo Agualusa, Naguib Elias, Rita Chaves, Maria Pinto de Sá, Tomás Vieira Mário, Carmen Lúcia são os membros da comissão.
Fernando Leite Couto completaria hoje, 16 de Abril, 91 anos se fosse vivo.