Links de Acesso

Angola: Compaticipação nos cuidados de saúde divide opiniões


Hospital Central do Lubango, Huíla, Angola
Hospital Central do Lubango, Huíla, Angola

As comparticipações dos cidadãos nos serviços de saúde em Angola dividem opiniões.

Enquanto a direção do maior hospital na região sul defende diz que essa comparticipação ajuda na gestão corrente, Sindicato Nacional dos Médicos (SNM) afirma que o atual modelo beneficia quem já tem e prejudica os pobres.

Angola: Comparticipação nos cuidados de saúde divide opiniões
please wait

No media source currently available

0:00 0:03:32 0:00

No Hospital Central do Lubango quem for às consultas externas é confrontado com a necessidade de comparticipar nos gastos, sobretudo com a realização de exames médicos solicitados.

Dos mais simples aos mais complexos exames como o de ressonância magnética, microbiologia ou TAC são feitos naquela unidade hospital, que já reclama pela atualização dos preços face aos custos atuais.

Faustino Silva é utente e discorda das comparticipações no serviço público de saúde.

“É um erro porque o Estado tem dinheiro. Temos riqueza, onde é que está ir a riqueza de Angola devia sustentar o povo? Temos muita coisa, como é que um cidadão vai comparticipar mais num hospital que é do Estado? O dinheiro que o Estado tira dos diamantes, do petróleo, da madeira, da pedra que está a vir do Chicuatiti (Chibia) está ir para onde?", questiona Silva.

Opinião diferente tem Almeida Hossi quem defende as comparticipações mas sugere que se isentae a população vulnerável.

Angola enfrenta um cenário preocupante no que diz respeito à saúde mental
please wait

No media source currently available

0:00 0:20:51 0:00

“Desde que o Executivo tenha em conta as diferentes camadas de como está estratificada a sociedade, aqueles que têm menos deveriam ficar isentos e os que têm mais devem comparticipar, mas em contrapartida devem deixar de pagar o IRT”, complementa Hossi.

O presidente do SNM considera que as comparticipações nos serviços de saúde deviam ser garantidos com a implementação por parte do Governo do seguro de saúde, tal como se dá com os descontos do Imposto de Rendimento de Trabalho (IRT), um dos pontos constantes do caderno reivindicativo da classe, mas rejeitado pelo Executivo.

Adriano Manuel entende que essa medida iria beneficiar até as pessoas consideradas pobres dos serviços públicos de saúde.

O sindicalista lamenta que o seguro de saúde em Angola beneficie a classe com capacidade financeira em detrimento dos pobres.

“Nós temos um Governo que protege ricos e não protege pobres, o Governo protege os elementos da classe média e não protege pobres, se é que existe classe média porque hoje também já se duvida da existência de classe média no nosso país", começa por dizer Manuel que diz não concordar que "um deputado que tem um salário que lhe permite pagar o seu seguro, o Estado pague seguro para ele, para a mulher dele, e se tiver duas ou três mulheres vai pagar para as três mulheres com os filhos que tem com essas mulheres, enquanto o pobre não tem”.

O Hospital Central do Lubango visto como um bom exemplo de gestão está a abrir novos serviços de atendimento ao cidadão sendo os mais recentes os casos de diabetes e obesidade, traumatismo craniano encefálico, neurologia e acidentes vasculares eerebrais.

A diretora vê nas comparticipações uma mais-valia na modernização dos serviços.

“Escolhemos os melhores alunos das escolas fizemos entrevistas fizemos ainda um teste e estamos a treiná-los a quatro meses tanto assim que eles já lá estão e tive que os contratar a termo certo quer dizer que não são funcionários do Estado estou a pagar com o dinheiro da comparticipação os utentes comparticipam nos custos e a gente paga os salários e não só", explica Maria Antunes.

A Voz da América tentou sem sucesso ouvir o Ministério da Saúde

Fórum

XS
SM
MD
LG