A Procuradoria da República na província moçambicana de Nampula revelou que o número de casos de perseguição, ameaças e assassinatos de albinos reduziram-se significativamente.
Entretanto, protadores do albinismo dizem-se ainda ameaçados, principammente com o que dizem ser a estratégia do silêncio dos traficantes e reclamam do desparecimento de pessoas.
Nos últimos dois anos, a província de Nampula assistiu a uma onda crescente de descriminação, perseguição e assassinatos de pessoas com albinismo, movida pela superstição.
Agora, o procurador chefe provincial de Nampula Fernando Uache afirma que as campanha de educação, julgamentos e condenações publicitadas serviram para desencorajar esta prática negativa.
Dados da procuradoria provincial apontam que no ano passado deram entrada cerca de 16 processos relacionados ao tráfico de albinos, contra 32 em 2015.
Entretanto, desses processos apenas seis foram julgados e resultaram na condenação de 10 pessoas com pena maior, ou seja entre 12 e 18 anos de prisão.
Apesar dessas condenações, a procuradoria ainda não encontrou os autores morais desta onda de crimes e prevalece a dúvida de quem serão.
Bonaciano Aurélio, de 25 anos de idade, diz que, apesar de aparentemente a sociedade saber que os albinos não têm poderes sobrenaturais, ainda precisa da companhia de amigos e familiares para sair à rua.
Pedro Fernando, da associação Amor à Vida, constituída maioritariamente por pessoas com problemas de pigmentação da pele, reconhece a redução dos casos de perseguição aos albinos.
Aliás este ano, a organização em Nampula ainda não recebeu nenhuma notificação do seus membros sobre ataques.
No entanto, Fernando não descarta a possibilidade de ainda haver casos de discriminação a albinos de forma isolada e pede que a sociedade os considere iguais aos outros seres humanos.
A associação diz estar preocupada, no entanto, com o desparecimento no passado de alguns dos seus membros.
Um dos irmãos mais velhos de Pedro Fernando, também albino, desapareceu há dois anos ao aceitar uma numa promessa de emprego de um desconhecido.
Os familiares dizem que o caso deu entrada na procuradoria, mas não sabem nada sobre o processo.
A procuradoria diz desconhecer o caso.
O jurista e activista dos direitos humanos Feliciano Metazama defende o reforço das actividades educativas e recorda que esta pratica é antiga, não apenas de Moçambique, mas em todo o continente.
Para ele, há ainda um grande perigo
Aquele activista considera que o combate à perseguição dos albinos continua a ser um desafio porque as autoridades têm a missão de levar os autores morais à barra da justiça.