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STP: “Não estamos abertos para promover a expansão de Estados terceiros em África”, diz PM sobre acordo com Moscovo


Primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Patrice Trovoada, em Pequim, China. 5 de Setembro 2018
Primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Patrice Trovoada, em Pequim, China. 5 de Setembro 2018

Oposição não vê com bons olhos o acordo de cooperação militar com a Rússia, que prevê a deslocação aviões e navios de guerra russos ao arquipélago.

A oposição são-tomense não vê com bons olhos o acordo de cooperação militar assinado com a Rússia, que prevê, entre outros pontos, a deslocação aviões e navios de guerra russos ao arquipélago.

O Governo garante que este acordo não representa qualquer preocupação e que mantém a sua condenação à Rússia pela invasão da Ucrânia e nem põe em causa as relações entre São Tomé e Washington.

O líder da oposição Jorge Bom Jesus critica o facto de o acordo prever o envio de aviões e navios de guerra russos e de não ter sido ratificado pela Assembleia Nacional.

“Poderíamos ter seguido a tramitação normal para um diálogo fluido entre os órgãos de soberania e entre o Governo e a oposição sobre este processo, mas isto não aconteceu pondo em causa a democracia e a transparência”, disse o presidente do MLSTP-PSD, o principal partido da oposição na quarta-feira,8, em conferência de imprensa.

Por seu lado, em declarações à Voz de América, o primeiro-ministro defende que o acordo assinado com a Rússia não representa qualquer preocupação.

Para Patrice Trovoada uma coisa é cooperação militar e outra é a posição do Governo face à invasão da Ucrânia pela Rússia.

“A nossa posição de condenação à Rússia pela invasão da Ucrânia é muito clara e não há espaço para qualquer dúvida, mas isso não nos impede de assinar com o Governo russo um acordo que nos permite apetrechar as nossas Forças Armadas”, afirma o Chefe do Governo, quem reitera que o seu Executivo não se envolverá em qualquer estratégia de expansão de influências de outros Estados no continente africano.

“Somos um país independente e não estamos abertos para promover a expansão de Estados terceiros em África”, frisa Patrice Trovoada, garantindo igualmente que a presença militar russa no arquipélagonão terá qualquer implicância nas relações com os Estados Unidos da América que possuem no país uma estação de retransmissão das emissões da Voz de América.

Mas para o analista Liberato Moniz, este acordo permitindo a entrada em São Tomé e Príncipe de aviões e navios de guerra russos no atual contexto de conflito entre Rússia e Ucrânia e a tendência russa de se expandir pelo continente africano não deixa de causar preocupação, nomeadamente aos Estados Unidos de América.

“Eu não entendo este conflito de interesses em que o nosso país se envolveu com a assinatura deste acordo, sabendo das boas relações que temos com os Estados Unidos”, aponta Moniz.

De recordar que há décadas, São Tomé e Príncipe e Rússia mantêm uma cooperação regular nas áreas da educação e formação policial.

O novo acordo, segundo a agência russa Sputnik, foi assinado a 24 de abril e entrou e vigor no passado 5 de maio.

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