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Especialistas divergem quanto a exigência do G 7 de certificação da origem dos diamantes


Especialistas angolanos do comércio de diamantes têm opiniões diferentes sobre o protesto de vários produtores dessa pedra preciosa, incluindo Angola, que se insurgiram quanto à decisão do grupo das sete nações mais industrializadas do mundo, o G 7, de exigirem que todos os diamantes recebam um certificado de origem em Antuérpia na Bélgica.

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Isto para se evitar que diamantes produzidos pela Rússia entrem ilegalmete no mercado mundial em violação às sanções impostas pela sua invasão da Ucrânia.

Numa carta dirigida ao G7 países africanos produtores de diamantes protestaram contra a medida que disseram estar a criar mais obstáculos burocráticos e económicos ao seu negócio.

A carta de protesto enviada ao G7 foi iniciada pelo chefe de estado do Botswana e subscrito por outros países de África produtores de diamantes incluindo Angola.

Segundo o presidente tswana Mokgweetsi Masisi este mecanismo
de rastreamento do G7 é "um fardo injusto para os produtores de diamante”.

Nós tentamos obter comentário de algum responsável pelo ministério dos Recursos Minerais Petróleo e Gás mas não fomos atendidos. Em tentativa idêntica junto dos porta-vozes da ENDIAMA e Catoca fomos remetidos ao ministério dos recursos minerais.

Nós falamos com especialistas em matéria de negócio de diamantes que apresentam opiniões diferentes sobre esta questão.

Rufino Shinde especialista em negociação diamantífera pensa que o G7 não tem que prejudicar outros países por causa da Rússia.

"Eles conhecem bem os diamantes da Rússia não têm que misturar
todos os países, sejam africanos ou outros a serem obrigados, antes de vender o seu produto a uma certificação”, disse.

“Penso que o protesto dos países africanos incluindo Angola tem razão de ser.", acrescentou.

Entendimento diferente tem outro perito no negócio de diamantes, Soba Kapembe, da Lunda-Sul que pede inclusive a Angola e outros para colaborarem com G7.

"Para facilitar o controlo dos diamantes produzidos pela Rússia, realmente todos os países que praticam este negócio de diamantes deviam ajudar, para melhor controlo”, disse.

“A questão não é para não se comprar os produtos daqueles países a questão é apertar o cerco à Rússia, e isso em meu entender não atrapalha em nada, os negócios dos produtores de diamantes”, acrescentou afirmando ainda que “eu até gostaria que estes países africanos facilitassem a questão do G7".

Na mesma linha de pensamento está o especialista em mercado de diamantes Monteiro Muanza que recordou que uma medida idêntica esteve em vigor durante a guerra em Angola e noutras zonas de África quando se instaurou medidas de ceritificação para se evitar a venda de “diamantes de sangue” usados para financiar rebeliões e guerra.

“Hoje com a invasão à Ucrânia, por parte da Rússia, esta medida visa somente penalizar a Rússia, impedindo que comercializem os seus diamantes, (e por isso) julgo que a medida do G7 tem sentido", afirmou

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