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Promotores das manifestações de 17 de Junho criticam "repressão quase generalizada"


Manifestação em Luanda, Angola, 17 Junho 2023
Manifestação em Luanda, Angola, 17 Junho 2023

Eles pedem investigação com "mecanismos independentes, em que circunstâncias morreram pessoas, quem colocou pneus na via pública e quem usou indevidamente de meios violentos, de forma indiscriminada, nas ruas por onde passaram os manifestantes".

Os organizadores das manifestações do dia 17 em Angola criticam a "cultura de intimidação de quem queira exercer o seu direito de cidadão autónomo para criticar e usar a rua para se exprimir" as suas opiniões sobre "políticas com uma completa falta de sensibilidade para os impactos sociais, económicos e políticos sobre os mais pobres".

Manifestação violenta em Luanda
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Em comunicado, as organizações da sociedade civil e activistas lembram que as manifestações "são uma consequência do descontentamento da população, face à subida brusca do preço da gasolina (perto de 100%), a pressão sobre os vendedores informais e pequenos operadores económicos e as tentativas de limitar a autonomia das organizações da sociedade civil", situações que para os subscritores são o "resultado directo do que muitos cidadãos – no seu direito - consideram serem políticas com uma completa falta de sensibilidade para os impactos sociais, económicos e políticos sobre os mais pobres".

A nota realça que "a repressão quase generalizada – excepção honrosa para as polícias da Huíla, Kwanza Norte, Kwanza Sul, Malanje, Moxico e Namibe - das manifestações, não resultou de atitudes ilegais dos manifestantes mas da dificuldade das instituições em respeitar o direito dos cidadãos a exprimir opiniões críticas".

Ante este cenário, os promotores das manifestações apelam "a todos os cidadãos, independentemente do partido de que se sintam mais próximos ou do lugar onde trabalhem, a contribuírem" para libertar deste "ambiente de repressão e mentira, participando, divulgando e confrontando a ilegalidade e a instrumentalização das instituições".

Com quase uma centena de detidos, os promotores apelam a uma investigação "por mecanismos independentes, em que circunstâncias morreram pessoas, quem colocou pneus na via pública e quem usou indevidamente de meios violentos, de forma indiscriminada, nas ruas por onde passaram os manifestantes e noutras que foram tratadas como zonas onde residem inimigos".

A nota também critica a "persistente acção da TPA, JA e RNA, de ocultar factos, ouvir apenas uma linha de opinião e, frequentemente, difundir mentiras sem qualquer preocupação pelo contraditório e pela verdade, tem de ser denunciada e corrigida".

Subida da gasolina na base dos protestos em Angola
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Os subscritores lembram ainda aos dirigentes do país que "que recordem que, tal como a independência foi o resultado da luta do povo, também a luta pela liberdade e a melhoria das condições de vida para todos deve ser respeitada e acarinhada, para que tenhamos orgulho no país que somos".

A polícia informou que 87 pessoas foram detidas em Benguela e Luanda, mas o director de campanhas da Amnistia Internacional Portugal, Paulo Fontes, disse à Voz da América que três pessoas foram detidas em Cabinda, enquanto activistas no Huambo apontaram que houve detidos na província, mas não conseguimos confirmar a informação.

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