O Presidente sul-africano, Jacob Zuma, mergulhou o pais numa turbulência política sem precedente desde a queda do regime do Apartheid, em 1994, disse Julius Malema, lider do partido Combatentes da Liberdade Económica.
"Zuma destruiu o governo. Zuma destruiu o Parlamento," sublinhou Malema, que levou Jacob Zuma ao Tribunal Constitucional, no qual o veterano político sul-africano de 73 anos foi considerado culpado de ter violado a Constituição na gestão do assunto das obras da sua residência particular de Nkandla.
"Peço desculpa em meu nome e em nome do governo," implorou Zuma, que continua no poder apesar do movimento a favor da sua impugnação.
A liderança do ANC aceitou o pedido de desculpa do seu chefe, mas alguns membros históricos do partido não concordam com a sua continuidade até o final do mandato em 2018, e apelam à resignação voluntária.
O parlamento chumbou a moção de impugnação com 233 votos contra 143. A maior parte de votos que garantem a continuidade de Zuma é do ANC.
Mesmo assim, a oposição insiste na batalha para a retirada de Zuma do poder.
Várias pessoas, sobretudo da classe media e analistas políticos, como Francisco Eduardo Honwana, jornalista e chefe da redação do semanário Século de JHB, consideram que Zuma perdeu credibilidade e meteu o pais num abismo.
O analista político António Ramos considera que o veredicto do Tribunal Constitucional reafirmou a pujança e independência das instituições democráticas sul-africanas.
Ramos diz que em condições normais Zuma devia mesmo abandonar o poder.
Outras vozes dizem que o ANC está num beco sem saída depois de ter afastado Thabo Mbeki do poder em 2008, sob comando e ordens de Jacob Zuma como Presidente do partido.
Afastar Zuma num ano eleitoral seria a manifestação da incapacidade de liderança por parte da organização política mais antiga de África.
É recorrente a afirmar-se que o comportamento do ANC e do seu líder mostra que apesar do poderio económico-industrial, África do Sul é um pais africano igual a outros de África, um continente no qual os líderes não abandonam o poder mesmo em casos provados de violação da constituição e abusos de direitos humanos.
Recorde-se que Zuma foi solicitado pelo líder da RENAMO para ser mediador do conflito em Moçambique.